domingo, maio 29, 2011

Enganando a nós mesmos


Vamos tomar nota da lei que entrou em vigor no dia 20 de Julho de 2010: Art. 1° - Esta lei institui o Estatuto da Igualdade Racial, destinado a garantir á população negra a efetivação de igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate á descriminação e ás demais formas de intolerância étnica.

A lei decretada e sancionada pelo então ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva parece não ter seguido o seu principio de igualdade racial.

Obviamente, toda a sociedade está em debito com os negros por toda a questão da escravidão que se fez presente por muitos anos, e o Brasil foi um dos últimos a abolir tal injustiça com nossos irmãos de pátria.
Todos somos iguais perante a lei diz o decreto, então para que cotas nas universidades para os negros? Eles não têm a capacidade de estudar e brigar por uma vaga em instituições públicas sem auxílio?  

Esta lei veio para descriminar ainda mais a raça negra que não descobriu o que é paz desde os primeiros navios que o seqüestraram de seus lares para satisfazer a vontade do branco. Todos afirmam terem superado as questões raciais, que neste território isso não existe há tempos, e agora aparecem com esse papo de cotas e querem que o povo engula? Entendam como povo os que têm consciência social. Mais parece o conto da carochinha. Porém, o que esperar dos parlamentares que se preocupam apenas em aumentar seus salários não é mesmo?

José Carlos Miranda do Movimento Negro Socialista (MNS), afirma que a luta contra o racismo é a luta pela igualdade, na tentativa de afirmar que todos serão iguais mesmo tendo em vista que todos são diferentes e individuais quanto pessoas. Com isso, combater a ideia de raças na tentativa de uma igualdade social, e através dessa luta pela igualdade combater o racismo, racismo esse que passa por cima de tudo e de todos.
Aproveitando o gancho tomamos nota do que disse a antropóloga da Universidade Federal do Rio de Janeira, Yonne Magie: “No lugar de cotas para negros deve-se abrir vagas nas escolas para todos e não é só vagas, mas sim, investir na educação de base para que se tenha uma educação de qualidade e não de quantidade”.

A lei veio para descriminalizar mais ainda o que todos dizem ter superado, pois o racismo no Brasil não é escancarado como nos Estados Unidos por exemplo, ele fica atrás de cada porta, de cada casa alimentando o mesmo sentimento de quando os navios negreiros aportaram por aqui. Nada mudou, só as pessoas apreenderam a disfarçar todo o seu preconceito.

sexta-feira, maio 27, 2011

A tentativa de calar quem mais atua com o povo


Coube a uma sessão parlamentar votar a favor ou contra a existência do diploma para os jornalistas. Já começa errado por ai. Qual a experiência que esses parlamentares tem para julgar se é necessário ou não alguma coisa? Principalmente quando se trata de noticia, pois o que mais se vê hoje em dia nas páginas dos jornais impressos ou mesmo pela internet são os nossos caros políticos, que volta e meia estão envolvidos em escândalos.

Dia 17 de Julho de 2009 foi á data em que o Supremo Tribunal Federal (STF) votou pela queda do diploma. Do total de 11 parlamentares, 8 foram a favor de que não fosse obrigatório, 1 contra, e 2 faltaram a sessão. E entre eles o ministro Gilmar Mendes, com um currículo invejável por qualquer presidiário, acrescentou em seu voto o seguinte: “O decreto-lei 972/69 que regulamenta a profissão foi instituído no regime militar e tinha clara finalidade de afastar do jornalismo intelectuais contrários ao regime”. 

Eu não precisaria comentar absolutamente nada sobre o que foi dito pelo excelentíssimo ministro, pois qualquer pessoa em sã consciência notaria o quão absurdo foi á declaração.  Se o período da ditadura virou parâmetro para designar quem deve ou não ser jornalista e o diploma só vem a confirmar isso, o que dizer de todos os profissionais desaparecidos de 64 em diante? O que dizer do companheiro Vladimir Herzog que foi assassinado dentro do quartel do DROPS, quando ele apenas fazia o seu trabalho? Um comentário bem infeliz, pra não dizer outra coisa.

A não obrigatoriedade do diploma de jornalismo serviu como um desestimulante aos que aspiravam ingressar em alguma universidade, e com toda certeza colocou em xeque até mesmo os que acabaram entrando para o mundo acadêmico, e sem contar o senso comum de que com isso até um açougueiro (Não desmerecendo a sua profissão, apenas fazendo um paralelo) que não tem estudo pode tornar-se um jornalista.
Essa medida veio para tentar frear a influência que os veículos de informação exercem sobre o grande público em termos de dialética, levando a noticia até suas casas. É uma forma de desmoralizar a profissão para que as pessoas deixem de acreditar no que esta escrito, e passem a tomar como verdade a “voz dos honestos políticos”. 

Se a ditadura virou pauta para quebrar o diploma, por que então dessa tentativa de censurar os profissionais em jornalismo? A resposta é... Interesse.

Interesse em manipular e veicular só o que convém aos partidários, para que não percam prestigio com o povo. Então tenham em mente que o jornalista tem a missão de publicar somente a verdade, claro que alguns dedos podres existem nas redações, mas a maioria exerce um trabalho sério, e por respeito a esses profissionais e visando cessar a censura imposta pelo parlamentares, o diploma deve e sempre será válido.